Pedi ao mar para tecer devagarinho
Um lenço todo de renda branca e fina
E o mar admirado, de mansinho,
Fez logo do meu pedido a sua sina!
Pedi também para levar a sua voz
A todos os lugares onde há dor
E às crianças mais pobres e tão sós
Desse o meu lenço de renda com amor!
E muito tristes com o lenço a acenar,
Dizem que nada têm para dar,
Perguntam porque tem que ser assim,
E eu, num rasgo de revolta já sem norte,
Gritei a Deus para mudar a sua sorte
E Deus sorrindo de longe disse: Sim!
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